domingo, 8 de março de 2015

"Dizem que diários é coisa de adolescente, já passei essa fase há algum tempo mas continuo a precisar de ti. Chamem-me infantil, que eu irei responder apenas que não tenho ninguém que me compreende melhor do que uma folha em branco. Ou quem sabe, porque as pessoas me provaram, infelizmente, que o papel e uma caneta são os meus melhores amigos, porque não me julgam nem falam da minha vida quando não quero. Enfim.
Acabou. Sim, acabou, mais uma de muitas vezes, mas com a particularidade de esta ser a última. Ele decidiu seguir a sua vida por um caminho diferente do meu. Decidiu pôr um ponto final numa história que, na verdade, já tinha acabado muitas linhas antes. Decidiu ser ele a dizer, por nós, as palavras que o meu amor não me deixava dizer: “não dá mais”. Este é o fim final depois de outros fins que não passaram de pausas ou intervalos. Este é o fim que agora me esmaga o coração, que me aperta o estômago, que me rouba o apetite e que me desfaz em lágrimas. Ele tem o que quer, liberdade, eu perdi o que queria, um sonho. Raios, sou mulher, é claro que queria viver com ele para sempre, é claro que pensei numa vida ao lado dele, é claro que o imaginei a jogar à bola com os nossos filhos. Raios, sou mulher, vivo tudo a dobrar, vivo um futuro sonhado, um presente sentido à flor da pele e ainda aturo um passado por esquecer. Raios, sou mulher, ou é tudo ou não é nada, ou é para sempre ou nunca devia ter sido.
Fiz tudo por ele, achava eu que o fazia por nós, que o fazia por mim. Entreguei-me completamente porque para entregar metade… então não entregava nada. E fi-lo porquê? Porque estava parva? Não, porque estava apaixonada (ou será a mesma coisa?). Perguntar-me tudo isto, agora que tanto faz, dói-me ainda mais, por ser inútil, por ser tarde. Dói, porra!
“Nunca mais”, são estas as palavras que a vida me obriga agora a decorar e a repetir constantemente na minha cabeça. Sim, nunca mais, é esta a verdade que eu não quero aceitar, mas tenho. Nunca mais um abraço, um beijo, um carinho, nunca mais um “amo-te” no final de uma sms, que por mais ridícula que fosse fazia-me sempre sorrir. Raios, sou mulher, dou valor a estas pequenas coisas, dou valor a uma flor que ele roubou do jardim da vizinha para me dar, dou valor a um poema que me escreveu num guardanapo no final de um jantar, dou valor porque por mais pequenas que sejam estas coisas, isto é amar! E agora? O que faço a tudo isto? Para onde vão os dias que passamos juntos? Para onde vão as lembranças e tudo o que sentimos um pelo outro? Para onde vão os desejos e os sonhos que tivemos juntos? E para onde vão as experiências e gestos que trocamos? Não vão para lado nenhum, ficam aqui, e que bem que ficam aqui. Posso ter de esquecer o amor que sinto por ele, mas nunca aquilo que vivemos. Hoje choro porque ainda o amo, mas amanhã sorrio porque vivi. Não foram anos perdidos, foram anos vividos.
Tenho de aceitar, este é o meu primeiro passo, enquanto não o fizer vou continuar nesta lama, presa, sem conseguir avançar nem recuar e vou afundando… não posso. Tenho que meter na cabeça que não posso voltar para quem não me espera, nem chorar o fim do que já não era. Errámos, os dois, falhámos, os dois, não o posso culpar por não poder viver este sonho ao lado dele, nem tão pouco posso odiá-lo por isso. Não posso mas odeio, sem querer, ele que me perdoe, mas odeio-o profundamente, ou talvez seja só uma forma de disfarçar esta dor. Mas, também, tenho de ser sincera: se de facto o odeio, então ninguém o odeia com tanto amor como eu. Raios, sou assim, sou mulher."
Raul minh'alma

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Ensinaste-me que nem tudo o que é para sempre, fica. Que as coisas duram a pequena eternidade que duram. És, sem dúvida, “a última vez que faço isto”. E nunca é a última. E que te lembres de mim. Chata como sempre. Porque se não fomos feitos para ficarmos juntos, fomos feitos para marcar a vida um do outro.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Nem tudo o que parece, é.

Eles.  
Quantas vezes eles já nos fizeram dar voltas e voltas à cabeça e ao estômago por não sabermos o que pensam? Pois bem, a culpa é nossa. Nós não sabemos ou fingimos que não sabemos o que eles nos dizem. 
Essas criaturas que de tão directas que são, nos conseguem confundir tanto. 
Eles. 

Ele, que desviou os olhos e achámos que estava intimidado pela nossa presença. Que ficou calado e pensámos que era a paixão que o deixava sem palavras! Ele que deu de caras connosco naquela rua tão escondida. Devia andar a seguir-nos pela calada. 
Não...  
Afinal ele estava desinteressado, sem assunto e estava mesmo perdido.


terça-feira, 6 de maio de 2014

Um dia.

"No telemóvel nem uma mensagem. Nem uma chamada perdida, ou outra coisa qualquer. Um vazio no ecrã, um vazio por aí. Perco-me de razões com as chamadas que não me fazes, com as mensagens que não me envias, com o desprezo com que me deixas aqui. Tanto tempo que demos um ao outro, tantas vezes que te disse
-Amo-te
Que lhes perco a conta. Não tenho dedos que cheguem para contar todas as vezes que te amei em palavras. Podia multiplicar as mãos, ou os pés, elevar tudo ao máximo expoente possível e mesmo assim não conseguiria dar-te uma resposta concreta. Não te conseguiria dar mais. Nem mais, nem menos. Não que me arrependa. Claro que não me arrependo. Continuo a amar-te porque ninguém desliga os sentimentos no interruptor do coração."
Tudo acaba (um dia).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O "amor".

Ele disse hoje que te ama.
Tudo bem, ele ama-te.

Tu respondeste-lhe de volta um também te amo entre dentes. 
Perfeito, assunto encerrado. 

E agora? Sabes que és amada. Essa palavra que tu tanto ansiaste finalmente saiu daquela boca quase perfeita.  
Escorregas-te para dentro das almofadas e olhavas as paredes douradas do teu quarto. Nem uma reacção. O teu corpo, a tua cabeça, o teu coração...não sentiu absolutamente nada. 

É isto? As borboletas na barriga,o sorriso que deveria ficar durante todo o dia - onde está? 

Saber que se é amado é uma coisa. Sentir-se amado é outra completamente diferente. Tu, sabes que és amada. Soubeste hoje. Nada aconteceu. 

O amor requer mais. Mais do que beijos, mais do que sexo e mais do que um amo-te de vez em quando. O amor é como um pacto. Não um pacto que se possa ver ou tocar mas um pacto silencioso, um pacto de eternidade mesmo que as duas pessoas não permaneçam juntas. 

Tu já fizeste esse pacto.
Não com ele que te faz saber que és amada. Não. 
 
Com outra pessoa. Aquele que quando os vossos olhares se encontram tu sorris envergonhada e sentes que podias ficar horas a olhar para ele. Aquele que sorri delicadamente quando estás chateada e te acalma. Aquele que tem tanta cumplicidade contigo que qualquer desconhecido poderia notar o amor entre vós. 
Quem se preocupa quando vais sozinha de noite para algum lado. Quem telefona todos os dias só para saber como estás. Quem viaja 200km para se certificar de que estás melhor da constipação que tinhas. 

Tu és amada e quase não o sentias...estavas tão ocupada à espera de o saberes, que o Amor te ia passando ao lado. 

Lembra-te sempre...
 Um amo-te não diz tudo. 


 




sábado, 9 de novembro de 2013

Carta perdida .

Olá
Sei que já passou  algum tempo desde a última vez que nos vimos ou falamos um com o outro mas hoje estive a pensar em tanta coisa e quero que saibas que tenho saudades tuas.
Não é saudades do género "estou arrependida do que se passou" ou então "quero ver-te outra vez".
Apenas...saudades.

É triste pensar que alguém que eu costumava conhecer tão bem se tornou  num completo estranho para mim,  alguém em quem eu já não penso todos os dias como foi durante anos.
Vou-te ser sincera.
Na maior parte do tempo, eu permito-me esquecer das coisas porque é mais fácil. Mas depois... Depois encontro algo que me lembra de ti. Uma carta antiga, um desenho ou uma fotografia nossa, perdida entre algum livro velho arrumado na estante.
E é aí que tudo aquilo que nós perdemos começa a pesar sobre mim.
Mas isto não é arrependimento. Nós tivemos as nossas razões para termos feito tudo o que fizemos e elas foram sempre válidas.

Mas voltando ao início...

Nós não tínhamos assim tantos interesses em comum ou até gostos iguais, alguma vez pensaste? Os feitios então, esses também nunca foram os mesmos .
Eu acho que nós nunca procuramos razões para nos apaixonarmos. Simplesmente aconteceu. As palavras, o jeito de ser, o toque, a atenção...
As razões chegaram só no final e também tudo aquilo que aconteceu depois do final, foi baseado em razões.

Acho que o que estou a tentar dizer-te é...
Espero que estejas bem. Espero que esteja tudo a correr como sempre desejaste.
Espero que um dia encontres um amor com todas as coisas que o nosso não pôde ter. Espero encontrá-lo também.
Mas confesso, uma parte de mim espera que continues a lembrar-te de como tudo era antes das razões...e que tenhas saudades minhas também.

Um beijo 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

!

Cansei de pensar.
Estou cansada de pensar em tudo. Em ti, na vida que tenho e na que sonhava ter.
Fartei-me de pensar no porquê das coisas e no sentido que elas tomam.
Cansaço.
 A única palavra que me ocorre cada vez que me deito na minha cama e em cada manhã que acordo para mais um dia. Cansada dos mesmos lugares, das mesmas pessoas, das rotinas, das conversas, dos cafés que tomo e dos cigarros que fumo.
Aborrecida, farta... É assim que me sinto. Quero sair daqui. Ou quero ficar. Já não sei.

'Tão dramática' deves estar a pensar.
 Ás vezes. Mas hoje não. Hoje sou sobretudo sincera.
Quero alguma coisa que me alimente. Farto-me rápido do mesmo. Cheguei ao meu limite, parece impossível, eu sei. Eu que tenho uma paciência infindável admito que cheguei ao fim.

Resta-me apenas esperar que volte a ser eu. Que as coisas mudem ou que eu tenha vontade de as fazer mudar.

Pessoas...cansaço...