terça-feira, 20 de novembro de 2012

Recebi a tua mensagem. Já eram 4h da tarde e eu continuava deitada.
A minha cabeça doía da ressaca da noite passada e o meu corpo insistia em não se mover. Dizias: "Vem ter ao café ao pé de minha casa. Espero por ti. Beijo"
Beijo? Café ao pé de tua casa?
Levantei-me e fui ter contigo, como me pediste. Estavas a um canto sentado com uma coca-cola e um maço de tabaco na mesa. 
- A noite foi pesada não S? Estás mesmo com mau ar.
Ri-me e sentei-me. Acendeste um cigarro e deste-mo para as mãos. 
Sentia que algo de estranho se passava, os teus olhos não estavam como ficavam sempre que me vias. 
- Que se passa M? 
 Encolheste os ombros e passaste a mão no meu cabelo. Odiava quando fazias isso, sabia que era sinal de  problemas. 
 Disseste-me :
-Não quero mais isto. Ontem à noite o que andas-te a fazer S? Por onde andas-te?   
Outra vez a mesma conversa, outra vez as tuas crises... pensei.
- Estás a arruinar a tua vida. Já nem te conheço... O que aconteceu contigo?   
Olhaste para mim com ar de desilusão, com ar de pena. Eu não sabia o que te dizer, apenas continuava a fumar o cigarro que me deste sem te encarar nos olhos. 
- Podia dar-te mil razões para te explicar o que se passa comigo, mas sei que não irias perceber. É só que eu não sou tua.  Eu sou de todo mundo, sou por aí... Nunca fui de ninguém nem irei ser. Desculpa, eu sei que gostavas de m (...) interrompeste-me no meio do meu discurso e levantaste-te.
-Talvez esse seja o teu problema S. Nunca queres ser de ninguém, nunca queres ser só o amor de alguém. Queres todo o mundo contigo, sonhas demais. Mas quando um dia perceberes isso e precisares de mim não me procures. Continua a procurar o que precisas pelo mundo . 


Sais-te porta fora e eu fiquei sozinha... apenas com o meu orgulho.