segunda-feira, 9 de julho de 2012

Voltei .

Hoje estava sentada na mesa de sempre e á hora do costume, com um café curto e um Malboro ao lado.
Vi-te entrar e senti uma alegria enorme por ver uma cara conhecida, não os mesmos do costume, mas alguém com quem pudesse realmente falar.
 Vinhas com a tua camisola verde, igual ao verde dos meus olhos. Que lindo, pensei. 
Sentaste-te numa mesa sozinho e nem me viste. Pedis-te um café e uma pastilha de morango. Os vícios não mudaram. Levantei-me e fui á tua beira... Sorriste-me e abraçaste-me como me lembro de sempre o fazeres.
Vi que eles e elas olharam para mim, como se estivessem cheios de inveja. Ouvi o burburinho todo conjugado num só local e a admiração pela cumplicidade que nós continuamos a ter.
 Tudo mudou neste sítio, isto já não é o mesmo, já nada tem a vida que tinha. Não me enquadro aqui mas já nem tento sabes? Já não faço parte disto. Mas sei que só por estar aqui ainda consigo perturbar muita gente! disse-te eu. Deste uma gargalhada e disseste: sempre a agitar as coisas. Tu realmente não mudas pois não?  Conversamos durante horas, falamos de como tudo mudou, de como estamos desenquadrados, de como estamos sozinhos agora. Falamos do meu sarcasmo, da tua ironia e de toda a merda que dizíamos quando estávamos juntos! Disseste que sentias falta até desses momentos.
Chegou a hora e  tive de voltar ao trabalho. Levantei-me, despedi-me de ti e senti novamente os olhos postos em nós, senti as perguntas a fervilhar na cabeça daquela gente toda. Incrível como ainda assim, isso nunca muda.
Olhei para eles e ri-me : cuidado queridos, estou de volta e vou causar estragos ! 
Percebeste-me logo tão bem . 

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